Nas últimas décadas, tornou-se cada vez mais comum ver jovens adultos — e até pessoas na faixa dos 30 anos — continuarem morando com os pais. Esse fenômeno, apelidado de “geração canguru”, levanta questões sobre independência, maturidade e desafios contemporâneos. Mas o que realmente está por trás desse comportamento? Seria apenas comodismo ou há fatores mais profundos em jogo?

Fatores Econômicos: um obstáculo concreto
A primeira e mais óbvia explicação está no bolso. O custo de vida subiu consideravelmente, especialmente nos grandes centros urbanos. Aluguel, alimentação, transporte e contas básicas consomem boa parte da renda dos jovens, muitos dos quais enfrentam:

Mercado de trabalho instável, com salários baixos e vínculos temporários;

Dívidas com educação (como faculdades particulares ou cursos de especialização);

Dificuldade de acesso à moradia própria, com financiamentos longos e exigentes.

A casa dos pais se transforma, então, em um refúgio seguro onde é possível economizar, se reestruturar e tentar conquistar estabilidade.

Fatores Psicológicos: laços, medo e identidade
Além das questões financeiras, o aspecto emocional tem grande peso. Muitos adultos permanecem no lar familiar por motivos como:

Vínculos afetivos intensos, especialmente em famílias protetoras;

Medo da solidão ou da responsabilidade total pela própria vida;

Dificuldades de autoafirmação, frequentemente ligadas à autoestima ou ao sentimento de insegurança diante da vida adulta;

Conflitos internos não resolvidos na transição entre adolescência e fase adulta.

Nesses casos, a permanência na casa dos pais pode ser um sinal de que há questões psicológicas que precisam ser elaboradas em terapia — como o medo do fracasso, da rejeição ou de não corresponder às expectativas sociais.

Nem sempre é problema — mas vale refletir
É importante lembrar que morar com os pais na vida adulta não é, por si só, um problema. Cada pessoa tem seu tempo e contexto. No entanto, quando isso impede o crescimento pessoal, gera conflitos familiares ou bloqueia a construção de uma vida autônoma, é um sinal de alerta.

A psicoterapia pode ajudar a identificar esses padrões, acolher emoções reprimidas e traçar um plano possível de autonomia — emocional, profissional e financeira.

A geração canguru não é fruto de uma única causa, mas de uma combinação de fatores sociais, econômicos e emocionais. Em vez de julgar, é fundamental compreender os dilemas envolvidos e buscar caminhos de amadurecimento real. Afinal, sair da casa dos pais não é apenas mudar de endereço — é um passo simbólico rumo à independência e à construção de uma identidade adulta.

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